quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

5 - Experiência

Sempre acreditei que a vivência conduziria a uma resolução dos problemas mais frequentes que assolavam-me durante o início das minhas indagações, na adolescência. Enganei-me, pelo menos até o presente momento vejo que as perguntas da vida não se resolvem com o tempo, mas se aprofundam de um modo mais desesperador.

Apesar de todo bom "sábio" dos livros mais vendidos alegar que a felicidade está em você, que ler um bom clássico te fará achar a verdade, toda solução não passa de engodo. No meu breve contato com o "exercício da razão pensante", a filosofia, me mostrou que ela mais ensina que há mais dúvidas para se elaborar do que questões que podem ser respondidas. E suponho que na breve experiência que eu tenho, a vida natural suscitará semelhante conclusão. Não lemos os gigantes que resolveram seus problemas, aprendemos a agonizar junto com os grandes autores, ou com nossos amigos próximos, não importa a época. Schopenhauer disse em algum trecho, qual a origem esqueço, que os grandes clássicos são os amigos que não teve na vida cotidiana.

Acredito que não há como achar estas respostas facilmente, mas podemos saber quais caminhos são mais enganadores, como a crença pia num sistema, seja ele religioso ou não. Com o tempo penso que aprendemos o modo mais pessoal de tratar estes sentimentos, como a angústia e a expectativa, mas sem nunca esgotá-los. Felizmente, pois uma vida sem questionamentos cairia num eterno tédio.

Talvez eu possa excluir destas observações feitas uma grande parte dos seres humanos deste mundo contemporâneo, que parecem cada vez mais substituírem o salto pela profundidade subjetiva pelo gosto das preocupações frívolas. Sorte que há aqueles a qual o gosto pela aventura em si mesmo ainda encontra lugar, para quais ainda vale a arte de escrever e debater a possibilidade imensa que há num devaneio ensimesmado. Aqueles que sabem que a pergunta muitas vezes é mais interessante que a resposta.

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